18/04/13

Prémios Fase Regular - Most Improved Player e 6th Man of the Year

Há grandes mistérios na vida, e um deles é o facto de eu não ser um dos 122 media members que votam nos prémios de fim de época da Fase Regular. Como isto se deve provavelmente a um erro e ainda hoje me devem ligar a pedir os votos, o melhor é meter mãos ao trabalho e decidi-los. As votações que se seguem (5 votos para MVP, 3 para DPOY, etc.) são feitas na mesma estrutura dos votos oficiais.

6th Man of the Year

JR Smith teve nesta época a sua melhor na NBA
1. JR Smith
2. Jarret Jack
3. Ryan Anderson

Demorou, mas foi. Depois de anos bastante atribulados dentro e fora do court em New Orleans e Denver (especialmente fora - quem não se lembra disto, ou disto?), JR Smith parece ter encontrado o seu papel ideal na NBA. Durante anos considerado um jogador irresponsável a defender e confiante demais a atacar (particularmente a lançar ao cesto), os Knicks deram-lhe este ano o lugar de 6º homem da equipa, dizendo-lhe basicamente, "Vais sair do banco, jogas meia hora por jogo em velocidade máxima, e sempre que o Carmelo sair, lanças quantas vezes quiseres''. A estratégia resultou na perfeição, com Smith a liderar os suplentes da NBA em minutos e pontos, e a revelar-se fundamental numa equipa que tem dificuldades em pôr a bola no cesto sem Carmelo Anthony (e 'Melo falhou 15 jogos por lesão). Uma época bastante sólida num prémio que, a confirmar-se, será justíssimo.

Jarrett Jack recebe o 2º lugar por se ter reinventado como 6º homem e líder fora de campo numa das equipas sensação do campeonato. Com Stephen Curry e Klay Thompson no backcourt dos Warriors, as entradas de Jack permitiram a Curry jogar mais sem bola, ficando à espera de receber passes e largar 'bombas' da linha de triplo. Resultado: com 2 triplos hoje, Curry irá bater o recorde de 3's numa só época (269) pertencente a Ray Allen, e Jack lidera os suplentes da Liga em assistências. Um veterano que se adaptou perfeitamente à sua nova equipa, que estará este ano de volta aos playoffs. E muito se deve a Jarrett Jack.

O 3º lugar vai para Ryan Anderson que continuou a fazer aquilo que melhor sabe: lançar triplos. Numa frontline que teve muita dificuldade para marcar pontos (Anthony Davis e Robin Lopez), as entradas de Anderson em campo (e os seus 16PPG) foram absolutamente essenciais para os Hornets, que estão em fase de crescimento. Uma boa época num ano em que tinha tudo para não o ser, depois da assinatura de um grande contrato com uma nova equipa.

Outros candidatos: Vince Carter, Gordon Hayward, Nate Robinson, Jamal Crawford, Andre Miller e Shane Battier.


Most Improved Player

Há um ano atrás, quantos seguidores da NBA sabiam quem era o #8 dos Bucks?

1. Larry Sanders (Milwaukee Bucks)
2. Greivis Vasquez (New Orleans Hornets)
3. Earl Clark (Los Angeles Lakers)

É de longe o prémio mais difícil de atribuir, por ser muito dúbio. Geralmente quem vota cai numa destas 3 interpretações:

- Puto nos primeiros anos na Liga que, apesar de toda a gente saber que ele tem qualidade, está a evoluir acima do esperado (Jrue Holiday e Paul George);
- Puto nos primeiros anos de NBA que apanha toda a gente de surpresa por ninguém fazer ideia que ele conseguia fazer o que está a fazer (Larry Sanders, Greivis Vasquez, Nikola Vucevic);
- Jogador com alguns anos de NBA que teve este ano um ressurgimento na carreira (Earl Clark, Andray Blatche).

E é este o problema - como é que se vota para este prémio? Sempre pronto a dar resposta às questões menos interessantes da actualidade, na minha óptica este prémio deve ser atribuído aos jogadores que no fim da época me fizeram pensar em voz alta, "Quem é este gajo de quem eu praticamente nunca tinha ouvido falar, e que afinal joga comó caraças? E PORQUE É QUE OS LAKERS NÃO VIRAM QUE ESTE TIPO CONSEGUIA SER ASSIM?!?!".

E o vencedor só pode ser um: Larry Sanders. Na sua 3ª época em Milwaukee, onde nunca tinha jogado mais de 15 minutos por jogo, saltou para quase 30, obtendo máximos em todas as categorias, particularmente em blocos, onde apenas é superado em toda a NBA por Serge Ibaka. É a âncora defensiva dos Bucks, que com Brandon Jennings e Monta Ellis a vaguear na defesa, não teriam regressado este ano aos playoffs de certeza se não fosse por este grande jogador (nerd alert - há até um paper científico que o define como o melhor protector do cesto em toda a NBA).

No segundo lugar aparece Greivis Vasquez, um base também na sua 3ª época, que no seu ano de estreia como titular nos Hornets esteve em grande: quase 35 minutos por jogo, máximos em praticamente todas as categorias, cometendo a proeza de liderar a NBA em número total de assistências; se alguém me tivesse perguntado no início da época "Quem vai fazer mais assistências este ano?", não sei se Greivis Vasquez estaria no meu top-50 de palpites. Grande época.

Para o terceiro voto hesitei cerca de 157 vezes entre Nikola Vucevic e Earl Clark, tendo acabado por decidir pelo jogador dos Lakers porque sou um faccioso sem vergonha. Mais a sério, optei por não votar em Vucevic por ser apenas a sua 2ª época, pelo que ainda ninguém tinha a mínima noção do que podia ou não valer. Para além disso, o ano passado estava nuns Sixers que lutavam todos os jogos por lugares no playoff e por isso não tinha a confiança do treinador enquanto rookie, e este ano está nuns Magic que desde cedo deram a época como perdida e decidiram apostar nos jovens. Na minha opinião vai ser preciso mais uma ou duas épocas para percebermos quanto vale o poste. Já Earl Clark, ninguém sabia que ele valia um bacalhau que fosse. Atirado que nem lastro pelos Magic na troca Bynum-Iguodala-Howard (tal como Vucevic, curiosamente, mas pelos Sixers), Clark ganhou lugar de destaque nos Lakers em virtude das imensas lesões sofridas por Nash, MWP, Gasol e Howard. Na sua 3ª equipa em quatro anos de NBA, Clark atingiu máximos em todas as categorias relevantes, apanhando até toda a gente de surpresa quando decidiu mostrar que até triplos aprendeu da noite para o dia (Clark tem 35 triplos este ano pelos Lakers e DOIS nas outras 3 épocas juntas). Uma agradável surpresa para uma equipa que não teve muitas razões para sorrir este ano.

Menções honrosas: Nikola Vucevic, Jimmy Butler e Lance Stephenson.

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